Bispo Elisiário | O crente e a oração


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Entende-se por crente aquela pessoa que passou pelo processo de novo nascimento, e tal como nos afirma o Apóstolo Paulo, tudo em sua vida mudou. “Portanto, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram, tudo se fez novo” (2 Co 5.17).

Uma vez que esta declaração é a realidade, nada mais justo do que desenvolver um relacionamento profundo com Deus. Mas isto só nos será possível por uma vida de oração sistemática.

Assim sendo, a disciplina é fundamental neste processo, ou seja, faz-se necessário priorizar um tempo diário para um encontro com Deus, e além do mais, ter a motivação correta para os seus momentos a sós com o Deus Eterno.

Entre os elementos que devem fazer parte de uma oração segundo os padrões bíblicos precisam constar a adoração, a confissão, a súplica e ações de graças. O Deus a quem invocamos é soberano e santo, logo deve ser adorado na beleza de sua santidade.

Enquanto que nós, como seres propensos ao pecado, sempre vamos ter do que nos arrepender, e para tanto, necessitamos examinar continuamente o nosso coração para pedirmos perdão a Deus daquilo que entendemos contrariar a Sua vontade e, até ir mais além, como disse o salmista, rogando a Deus para ver se há algum caminho mal, com vista a expurgar de nós tudo que possa prejudicar a nossa comunhão com Ele.

Uma vez feito isso, teremos mais disposição para apresentar-lhe as nossas súplicas, e isso de forma bem consciente, pois a medida em que nos relacionamos melhor com Deus, aprendemos a orar melhor.

Por fim, devemos manifestar a nossa gratidão. Gratidão é uma das virtudes mais admiráveis em uma pessoa, posto que a mesma diz respeito à nobreza, uma vez que sinaliza a capacidade de reconhecer os favores recebidos do próximo e a importância do mesmo para a sua vida. Porém, tal procedimento tem uma outra dimensão quando se trata de nossa gratidão para com Deus, por reconhecermos que devemos nossa vida a Ele, e de que dia a pós dia os seus cuidados sobre nós são imensuráveis.

Um grande exemplo digno de ser seguido é o de Davi, uma vez que chegou a conclusão, de que a sua alma precisava constantemente reportar-se a Deus, declarando a sua gratidão por tudo que recebera de suas dadivosas mãos. “Bendize, ó minha alma, ao Senhor; tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize ó minha alma ao Senhor, e não te esqueça de nenhum de seus benefícios” (Sl 103.1-2). Enquanto isso, de forma concisa, Paulo recomenda-nos a manter essa gratidão de forma contínua, quando diz: “Em tudo dai graças, pois esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (I Ts 5.18)

Finalmente, o cristão consciente de seu dever de buscar a face do Senhor não fica infrutífero, pois entende que pela sua oração pode beneficiar a muitos e por isso se compraz em interceder em favor de muitos, quer os que pertencem ao seu círculo mais próximo, até os de longe, e na medida em que assim procede, sente-se estimulado a orar até pelos seus inimigos, conforme nos ensinou o Senhor Jesus. “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mt 5.44).

Em face à importância da oração, nada mais nos resta se não tomarmos a decisão de reservarmos diariamente algum tempo para ficarmos a sós com Deus, pois disso depende o nosso crescimento do Eterno e, consequentemente, teremos uma vida vitoriosa, contra a carne, o diabo e o mundo. Portanto, vamos à oração, e colhamos os frutos deste exercício sagrado.


Bispo Elisiário Alves dos Santos é superintendente da 2ª Região Eclesiástica

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