Bispo Joás | O dinheiro e a espiritualidade



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O dinheiro está presente em quase tudo que fazemos para nós mesmos, para os outros e para o reino de Deus. O autor Howard Dayton, fundador do Crown Financial Ministries, encontrou e organizou uma coletânea de 2.350 versículos bíblicos sobre finanças. Os autores Craig Hill e Earl Pitts registram em seu livro Bens Riquezas e Dinheiro – Princípios Bíblicos de Finanças, que encontraram nada menos de 2.084 versículos sobre administração e contabilidade de dinheiro só no Novo Testamento. Dezesseis das trinta e oito parábolas de Jesus tratam de dinheiro.

Sabemos que o dinheiro quando adquirido honestamente e mantido no seu devido lugar de meio poderá ser de fato um meio de abençoar e realizar coisas maravilhosas para a glória de Deus e edificação de muitos; mas por outro lado, quando o dinheiro deixa de ser meio e passa a ser fim em si mesmo, ele torna-se um monstro devorador de valores éticos, morais e espirituais na vida do indivíduo e da nação. Jesus alertando sobre o relacionamento com as riquezas, conclui que “onde estiver teu tesouro, aí estará também o teu coração”, Mt 6.21. Mais adiante, no versículo 24 ele ensina sobre o que chamamos da relação dinheiro e espiritualidade, pois “ninguém pode servir a dois senhores”. Quero destacar pelo menos dois pontos deste ensino de Jesus:


1. CUIDADO COM A DIVINIZAÇÃO DO DINHEIRO, Mt 6.24


I. Mamon, do aramaico, se refere a uma entidade maligna.

II. Mamom leva as pessoas a atribuírem poder sagrado ao dinheiro.

Uma pessoa que tem muito dinheiro é vista como muito poderosa, enquanto uma pessoa que tem pouco dinheiro é vista como impotente. Às pessoas são atribuídos valores baseados no sistema de poder do dinheiro.

III. Mamom leva as pessoas a amarem demasiadamente o dinheiro.

Quando as pessoas alimentam essa falsa crença no dinheiro como o todo poderoso, este se torna o objeto do seu amor, e consequentemente a fonte de muitos males. 1 Tm 6.10.

IV. Mamom leva as pessoas a amarem investir no temporal e secular, e repudiarem todo investimento que promova o Reino de Deus.

Não é de se admirar que o mundo, que jaz no maligno, esbraveje contra tudo que diz respeito a investimento no reino de Deus, porque é próprio do reino das trevas ser contrário ao reino da luz. Estranho é aqueles que se dizendo cristãos, depois de desfrutarem da graça de Deus, continuem com a mesma mentalidade mundana de resistir investir no reino de Deus! O arrependimento precisa ser completo, do contrário, não é arrependimento de fato.

V. Mamom tem enganado a muitos, fazendo-os olhar para o Deus verdadeiro como um deus meramente utilitarista.

Quando o dinheiro se torna a principal fonte de segurança, não raramente, o Deus verdadeiro passa a ser buscado apenas como meio de se alcançar riqueza e não como o único objeto de adoração em si mesmo.  O pão que perece torna-se mais importante do que o pão da vida.

VI. Até o ministério pode ser exercido com iniquidade quando influenciado pelo espírito Mamom, 2 Pe 2.14-16.


2. MANTENHA O DINHEIRO NO SEU DEVIDO LUGAR, isto é, como um meio de servir ao Senhor.


I. Deus é dono de tudo, Sl 89.11; Ag 2.8;

II. Esperança somente em Deus, mesmo desfrutando de eventual riqueza material, 2 Tm 6.17;

III.  Administrar o dinheiro com a responsabilidade de mordomo de Deus;

Ganhar o dinheiro dignamente com trabalho, integridade, honestidade e administrá-lo na dependência de Deus e para glória de Deus, na prática do bém, é o que se espera do mordomo fiel.

Que tudo que somos e temos se mantenham debaixo do Senhorio de Cristo. Amém.


Bispo Joás Pereira Cavalcante é superintendente da 4ª Região Eclesiástica

 

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