Se há uma coisa na vida que precisamos aprender a lidar são com os imprevistos, pois eles estão sempre a nos rondar. Sim, eles acontecem de maneira inesperada, pois não são previsíveis. Alguns de pequena monta, que incomodam, mas são fáceis de serem superados. Enquanto outros, têm o poder de transtornar o curso da vida, e por esta razão muitos cedem à depressão, por acharem que não vale a pena recomeçar. Assim veem seus planos serem frustrados e o futuro sem sentido.
A razão da existência das companhias de seguros tem tudo a ver com a prevenção contra os infortúnios da vida, pois o poder de sua argumentação diz respeito à possibilidade da fatalidade bater a nossa porta, a qualquer momento, e nesse caso, há pelo menos um prêmio de consolação para quem está atravessando um momento difícil.
De fato, nós não nos conhecemos totalmente, pois quando tudo corre tranquilamente, o nosso comportamento não sofre muita variação; no entanto, quando as provações chegam, a história é outra. Aliás, são nos momentos de turbulências que vamos testar a nossa estrutura; bem como, os outros vão nos conhecer melhor.
Com certa regularidade, contemplamos pessoas que alcançaram o limite de suas forças, a tal ponto de confessarem que não têm nada mais a fazer, a não ser esperar pela intervenção divina. Quando se chega a este estágio, torna-se mais fácil a ação de Deus, visto que o homem admite suas limitações, e rende-se a soberania divina.
Durante os dias de Jesus sobre a terra, os discípulos contemplaram suas maravilhas, uma vez que pessoas em dificuldades puderam se aproximar de Jesus, e de forma bem clara, contarem com o seu socorro. Poderíamos citar muitos exemplos, e até comentarmos sobre os mesmos, mas vamos apenas nos limitar a alguns como seguem: Temos o caso das bodas de Caná, quando faltou vinho, mas graças à intervenção de Jesus, o problema foi solucionado. João relata bem o ocorrido (Jo 2.1-12).
Da mesma forma vimos um problema, para o qual os discípulos chegaram a fazer cálculos, e logo concluíram que não tinham condições de alimentar aquela grande multidão que estava faminta. Porém, outra vez Jesus tomou as devidas providências, e onde havia escassez de alimento veio a sobejar, e isso depois de ter saciado a todos (Mt. 14.15-22).
Por ocasião da tempestade que alcançou os discípulos na travessia do mar da Galileia, todos entraram em pânico, pois enquanto Jesus dormia, eles pensavam que uma tragédia estaria por acontecer, uma vez que não tinham como resolver o problema que os pegou de surpresa. Todavia, resolveram acordar Jesus, e de imediato, tudo voltou ao normal (Mt. 8.24-27).
Sim, até mesmo quando a morte nos atinge, se estamos próximos de Jesus, ela perde a sua fúria. Jairo, o líder da Sinagoga que recebera a notícia de que sua filha já havia falecido, nesse exato momento, encontrava-se próximo de Jesus, que não apenas dirigiu-lhe uma palavra de encorajamento, mas prontificou-se ir a sua casa; e num ambiente onde havia pranto, tudo fora modificado (Lc. 8.41-42; 49-56).
Que a vida na terra tem os seus riscos, disto não temos dúvidas. Hoje é uma pessoa, amanhã será outra, mas não esqueçamos, a nossa vez também chegará, e por isso, a única alternativa que temos para quando o dia mal chegar, é estarmos perto, e bem perto mesmo de Jesus, onde possamos ouvir a sua voz e sermos tocados por ele. Por isso devemos nos empenhar em buscá-lo continuamente. Viver perto de Jesus é a melhor coisa que há.
Bispo Elisiário Alves dos Santos é superintendente da 2ª Região Eclesiástica