Bispo Joás | Ação social, cristianismo e metodismo


Ação social é um tema corrente em toda a Bíblia, desde a Antiga Aliança.
 
Havia um cuidado para que da prosperidade do rico, o pobre pudesse ser assistido, Lv 19.10; 23.22.

Na igreja primitiva, é notório o cuidado em assistir ao necessitado, At 4.35.  A causa original do ofício diaconal na igreja, por exemplo, foi para suprir a necessidade da melhor administração na distribuição diária de mantimento em assistência às viúvas, At 6.1-7.

Quando os apóstolos reconheceram o ministério de Paulo e Barnabé para os gentios, deram-lhes a destra de comunhão recomendando-os que se lembrassem dos pobres, o que Paulo diz ter feito com diligência, Gl 2.9,10.

Mais tarde, de retorno da sua última viagem missionária, antes de ser preso, Paulo fizera uma campanha junto às igrejas gentias para levantamento de uma generosa oferta destinada a atender aos irmãos necessitados de Jerusalém, demonstrando que ação e assistência social, conjuntamente, fazem parte da missão da igreja. 2 Co 9.1-15.

O autor aos hebreus exorta aos irmãos do seu tempo a não perderem de vista a responsabilidade social com os presos e necessitados: “Permaneça o amor fraternal. Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, não o sabendo, hospedaram anjos. Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles, e dos maltratados, como sendo-o vós mesmos também no corpo” (Hebreus 13.1-3).

Ao longo da história constatamos que a Igreja sempre esteve engajada no ministério de Ação Social como parte da missão de evangelização, como conclui John Stott: “Os cristãos primitivos, motivados pelo amor aos necessitados, iam a todo lugar pregando a Palavra de Deus, conscientes de que nada exerce uma influência humanizadora tão forte quanto o Evangelho. Mais tarde fundaram hospitais, escolas e refúgios para os marginalizados. E ainda mais tarde aboliram o tráfico de escravos e os libertaram, melhoraram as condições de trabalho nas fábricas e nas minas e também dos prisioneiros nas galés. Protegeram as crianças da exploração comercial nas fábricas do Ocidente e da prostituição ritual nos templos do Oriente. Hoje eles trazem às vítimas da lepra a compaixão de Jesus e os métodos modernos de cirurgia e reabilitação reconstrutiva. Cuidam dos cegos e dos surdos, dos órfãos e das viúvas, dos enfermos e dos moribundos. Colocam-se ao lado dos drogados e tentam auxiliá-los durante o traumático período da retirada […] eles procuram expressar da melhor forma possível sua solidariedade para com os pobres e os famintos, os despojados e os desprezados.”

É verdade também que isto não significa que todos os cristãos e em todos os tempos têm dedicado a sua vida a esse tipo de serviço; porém é considerável o número dos que têm feito algo digno de nota.

Nós mesmos, metodistas wesleyanos, temos em nossa história esta marca desde os primórdios do metodismo, o avivamento evangélico que impactou a vida espiritual, social, política e econômica da Inglaterra por meio da pregação do Evangelho e da demonstração do amor cristão nas diversas ações transformadoras que mudaram o curso da Inglaterra e da história de demais nações. Algo que devemos reproduzir na nossa geração.

Sigamos, portanto, o exemplo dos primeiros cristãos e de todos que não só pregam, mas compartilham o amor de Cristo em ações transformadoras, como bem disse o nosso patrono John Wesley: “Faça todo o bem que você puder, com todos os recursos que você puder, por todos os meios que você puder, em todos os lugares que você puder, em todos os tempos que você puder, para todas as pessoas que você puder, sempre quando você puder.”

Amém.

Bispo Joás Pereira Cavalcante é superintendente da 4ª Região Eclesiástica

 

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