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Uma pesquisa da Accenture, empresa multinacional de consultoria de gestão, tecnologia da informação e outsourcing, mostra que o trabalho híbrido (rodízio entre trabalho presencial e remoto) virou padrão: 52% dos profissionais brasileiros que trabalham de casa querem continuar a fazê-lo pelo menos uma vez por semana. Mas a ideia de conciliar as atividades profissionais com o próprio lar também é uma incógnita para um terço dos entrevistados, que se mostraram preocupados em como a modalidade pode afetar a experiência geral no trabalho.
Segundo o levantamento, 34% querem trabalhar de casa três vezes ou mais por semana e 18% querem uma duas vezes por semana.
Por outro lado, 54% afirmaram que se preocupam que aqueles que vão ao escritório com mais regularidade terão tratamento preferencial na empresa. Veja outros dados da pesquisa sobre os receios de fazer o rodízio entre trabalho presencial e remoto:
- Para 46%, será mais difícil colaborar quando alguns colegas estão juntos e outros estão distantes;
- 39% têm medo de que o relacionamento com os colegas seja prejudicado se trabalhar mais de casa no longo prazo;
- 33% têm medo de que a cultura da empresa se torne menos inclusiva como resultado de trabalhar em casa;
- 31% têm medo de que trabalhar em casa por um longo prazo tenha um impacto negativo na progressão na carreira;
- 31% estão preocupados que o gerente não verá a extensão total das suas contribuições;
- Outro dado da pesquisa mostra que 60% dos entrevistados relataram que o empregador redesenhou ou irá redesenhar sua função para se ajustar a novas formas de trabalho.
Segundo a pesquisa, o modelo híbrido de trabalho não significa trabalhar apenas no escritório e em casa — 47% dos entrevistados disseram que se sentem mais produtivos em um espaço de trabalho compartilhado perto de casa. O levantamento contou com a participação de 9.653 pessoas em 19 países, sendo que 512 são brasileiros.
Outra pesquisa realizada pela Accenture mostra que, para 83% dos entrevistados, o ideal é contar com um modelo de trabalho híbrido, em que os indivíduos têm a capacidade de trabalhar remotamente entre 25% e 75% do tempo.
A pesquisa, que ouviu em março 9.326 trabalhadores em 11 países, incluindo o Brasil, aponta que 40% dos entrevistados sentem que podem ser produtivos e saudáveis em qualquer lugar, seja totalmente remoto, seja baseado num local específico, ou em uma combinação de ambos.
Mas encontrar um modelo híbrido que funcione para todas as gerações pode ser um desafio: três em cada quatro pesquisados da geração Z (74%) querem mais oportunidades para colaborar com os colegas cara a cara, uma porcentagem maior do que os da geração X (66%) e baby boomers (68%).
O relatório mostra ainda que o que separa os trabalhadores produtivos de qualquer lugar (40%) daqueles que estão desconectados e frustrados (8%) não é o estresse, mas se eles têm os recursos certos do ponto de vista individual e organizacional para ajudá-los a serem produtivos de qualquer lugar. Esses recursos variam de autonomia de trabalho e saúde mental positiva à liderança de apoio e uma organização digitalmente madura.
As organizações que permitem que uma força de trabalho resiliente seja mais produtiva e saudável em qualquer lugar também estão colhendo benefícios financeiros: 63% das empresas com alto crescimento de receita já possibilitaram modelos de trabalho de qualquer lugar, em que os funcionários têm a opção de trabalhar remotamente ou no local. A maioria (69%) das empresas com crescimento negativo ou sem crescimento ainda está focada em onde as pessoas vão trabalhar fisicamente.
(Fonte: G1)