(Foto: Reprodução: Reviewbox)
O aleitamento materno é muito importante para a relação mãe-bebê. Além disso, o leite materno tem tudo de que o bebê precisa até o sexto mês de vida. Quando a criança recebe só o leite materno, ela não precisa consumir chá, sucos ou água, porque a amamentação já contém a água de que o bebê necessita, mesmo em locais muito quentes.
Mas a amamentação não é importante apenas no que diz respeito aos nutrientes necessários para o bebê. Essa fase é fundamental para o desenvolvimento da fala da criança, e poucos se atentam a isso. Aproveitando que na primeira semana de agosto aconteceu a Semana Mundial de Aleitamento Materno, a fonoaudióloga Angélica Caciano, de 30 anos, explicou como funciona essa relação.
“O Sistema Estomatognático (que compreende língua, bochechas mandíbula, lábios, dentes, entre outros) realiza as funções de sucção, respiração, mastigação, deglutição e fonoarticulação, que irão futuramente influenciar na fala, mastigação, deglutição e respiração da criança, com isso, facilita o desenvolvimento adequado do rosto como um todo, incluindo a fala”, acrescentou.
“A primeira alimentação do neonato deve ser necessariamente o leite materno, ela é primeiramente uma vacina natural, e até o terceiro dia após o nascimento, a mãe produz o colostro, um leite amarelado, rico em vitaminas E, K e A, que ajuda a proteger contra infecções e fortalecer a imunidade. Ele também ajuda no amadurecimento do intestino do neonato”, continuou a fonoaudióloga.
O site Agência Brasil fez uma reportagem sobre dificuldades comuns no aleitamento materno, destacando que a mãe deve oferecer preferencialmente os dois seios por mamada, para que mãe e bebê tenham um bom descanso entre as mamadas e o bebê cresça adequadamente.
Angélica diz que é muito importante que haja a pega correta durante a amamentação, pois até o posicionamento inadequado da língua do bebê durante a mamada faz com que as estruturas e funções do sistema estomatognático não sejam bem desenvolvidas. De acordo com a médica, para saber se a pega não está certa, deve-se perceber os sinais, que são “escutar estalinhos (como de beijo) enquanto o bebê mama ou perceber que ele está fazendo muito esforço para mamar (bochechas afundam a cada sugada), ou se a mãe sentir muita dor no bico do seio, e ele ficar rapidamente com fissuras e machucados, ou até sangrando. Na pega correta do seio a mama não dói, a boca do bebê está bem aberta e ele abocanha a auréola e não só o mamilo da mãe, seu queixo fica bem encostado na mama e ele consegue respirar sem esforço pelo nariz”.
Mariana Araujo, de 28 anos, tem uma filha de 7 meses e contou que a amamentação de início é bem complicada, mas depois é “só amor”. “Na maternidade, a primeira coisa que se deve fazer é colocar no peito, lá me deram um copinho e isso dificultou o processo dela aprender.”
Marina contou que passou por momentos difíceis no começo da amamentação. “Porque além da criança não saciar a fome, ela machuca o seio”, explicou. A mamãe de primeira viagem disse que sua filha demorou duas semanas para pegar corretamente e explicou também que todo o processo até a filha acostumar e pegar peso demorou dois meses. “Eu e ela sofremos juntas, nesse processo dela aprender a mamar e recuperar peso”, concluiu.
Apesar de todas as dificuldades que envolvem o aleitamento materno, Angélica afirmou que tanto as mães como os bebês se beneficiam com ela. “As mães também se beneficiam e muito com a amamentação, a ação dos hormônios produzidos durante esse período contribui na volta do útero ao seu tamanho normal, na volta do peso normal, na elasticidade do seio, evita hemorragias no pós-parto, além da liberação de ociticina (hormônio que propicia bem estar).”