A pandemia provocada pelo Novo Coronavírus tem mudado a rotina de praticamente todos os países do mundo, incluindo nações poderosas como a Europa — que sofre com o recorde de mortes diárias na Itália e na Espanha — e os Estados Unidos. O país mais rico do mundo, inclusive, estima que haverá entre 100 mil e 240 mil mortes causadas pelo Covid-19.
As autoridades de saúde são enfáticas sobre a única coisa que pode impedir que a tragédia seja ainda maior: a população precisa ficar em casa. E algumas cidades estão dispostas a tomar medidas drásticas para o caso de descumprimento da ordem, como é o caso da cidade de Nova York. O prefeito Bill de Blasio afirmou que poderá aplicar multas e fechar igrejas permanentemente caso os templos se recusem a interromper os cultos durante o período de isolamento social para conter a disseminação do coronavírus.
Em coletiva de imprensa realizada em 27 de março, De Blasio alertou líderes religiosos sobre as restrições, afirmando que as autoridades estão autorizadas a agir se for preciso.
“Eles informarão que precisam interromper os cultos e dispersar”, disse o prefeito. “Se isso não acontecer, eles tomarão medidas adicionais até o ponto de multas e potencialmente fecharão o edifício permanentemente. É a última coisa que gostaria de fazer, porque entendo o quão importante é a fé para as pessoas, e precisamos de nossa fé neste momento de crise, mas não precisamos de reuniões que ponham em perigo as pessoas. Nenhuma tradição religiosa apoia qualquer coisa que coloque em risco os membros dessa fé”, acrescentou De Blasio.
Defensores da liberdade religiosa reagiram às declarações do prefeito De Blasio. Ronnie Floyd, presidente do Comitê Executivo da Convenção Batista do Sul, disse que “qualquer líder que ameaça fechar uma igreja permanentemente é motivo de grande preocupação”.
“Embora eu incentive as igrejas a honrarem os pedidos referentes às reuniões públicas na tentativa de retardar a disseminação do Covid-19, esta é uma oportunidade de mostrar amor ao próximo, e não pelo estabelecimento da autoridade do Estado sobre exercícios religiosos”, disse Floyd.
Muitas igrejas suspenderam os cultos por todo o país e passaram a usar plataformas online nos últimos três domingos, em resposta às diretrizes do governo e às orientações das autoridades de saúde pública.
Em suas instruções, De Blasio expressou gratidão aos líderes da “grande maioria” das congregações que interromperam os cultos presenciais. Ele afirmou, no entanto, que um pequeno número de “igrejas e sinagogas específicas” não está cumprindo as instruções da cidade.
“Então, eu quero dizer a todos aqueles que estão preparando cultos religiosos neste fim de semana: Se você for à sua sinagoga, se for à sua igreja e tentar realizar os cultos depois de ter sido avisado com frequência, nossos agentes não terão escolha a não ser encerrar esses cultos”, disse de Blasio.
(Fonte: Guia-me)