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A escassez de testes em muitos lugares do mundo tem impedido uma estatística mais precisa dos casos do novo coronavírus. No Brasil, por exemplo, estima-se que o número de infectados seja 15 vezes maior que o oficial divulgado pelo Ministério da Saúde: 313.288 contra os 20.727 dos dados oficiais, segundo estudo apresentado pelo portal Covid-19 Brasil, que reúne cientistas e estudantes das Universidades de São Paulo (USP) e de Brasília (UnB) e divulgado nesta terça-feira.
Enquanto países adotam medidas de isolamento social e cientistas trabalham no desenvolvimento de uma vacina que possa imunizar toda a população, Cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, estão desenvolvendo um novo método de teste que afirmam ser mais barato e mais rápido que o padrão.
Os testes em massa são importantes para o controle do avanço da doença. O professor Nir Friedman, do Instituto de Ciências da Vida e da Escola de Engenharia e Ciência da Computação, fez uma parceria com a professora Naomi Habib, do Centro de Ciências Cerebrais Edmond e Lily Safra, da HU, para liderar o projeto.
"O protocolo de detecção de vírus que desenvolvemos é entre quatro e dez vezes mais rápido que o protocolo atual", explicou a professora Habib. "É baseado em esferas magnéticas e funciona tanto de forma robótica quanto manual. O protocolo robótico já foi testado no Hospital Hadassah e agora está totalmente em condições de uso".
O teste padrão atual para COVID-19 envolve a extração de moléculas de RNA da amostra de swab de um paciente para verificar se ele contém RNA viral. Se isso acontecer, isso confirma a presença do vírus no corpo
O teste de Friedman e Habib faz a mesma coisa, porém com mais rapidez. O protocolo deles baseia-se em materiais mais baratos que o teste atual e é facilmente fabricado em Israel. O único componente do teste que precisa ser importado para Israel são as esferas magnéticas, que podem ser usadas mais de uma vez.
"Nosso teste de COVID-19 reduz significativamente a dependência dos laboratórios em relação a fatores externos. Até o momento, testamos centenas de amostras clínicas do Hospital Hadassah e nossos resultados foram idênticos aos encontrados pelos kits atualmente em uso", disse Friedman.
Agora, os pesquisadores estão trabalhando em uma maneira de testar dezenas de milhares de amostras ao mesmo tempo. "Somos encorajados por indicações preliminares — e positivas — de que esse método funcionará", conclui Friedman.
(Fonte: Guia-me)