(Foto: Ilustração/Dado Ruvic/Reuters)
Pesquisadores da Escola de Biologia Celular Molecular e Biotecnologia da Universidade de Tel Aviv (TAU, sigla em inglês), em Israel, avançaram no desenvolvimento de uma vacina contra o COVID-19. A afirmação é do professor Jonathan Gershoni, que declarou que o trabalho que seu laboratório está realizando já percorreu “dois terços do caminho”.
“Atualmente, estamos trabalhando na implementação do projeto da vacina que construímos para SARS e MERS e aplicá-la ao vírus atual, o SARS coronavírus 2", disse Gershoni ao “The Jerusalem Post”. “Este é um processo de várias etapas. Concluímos, eu diria, cerca de dois terços do caminho”.
O professor explicou o processo de pesquisa que tem sido feito. A primeira coisa que sua equipe precisava era o chamado modelo genético de todo vírus. A publicação desse modelo, feita em janeiro, permitiu que os pesquisadores identificasse o padrão de ligação do receptor (RBM, em inglês) do Covid-19.
O objetivo da vacina, de acordo com Gershoni, é ter como alvo o RBM do vírus, que é o que permite a ele se conectar e infectar uma célula-alvo.
O RBM é um recurso da principal proteína do vírus. Quando essa proteína se liga ao receptor celular de uma célula humana, a membrana viral se funde com a célula humana, permitindo que o modelo genético do vírus inicie a infecção nas demais células do corpo.
“A ideia é recriar, reconstituir, construir um RBM do vírus COVID-19 e usá-lo como vacina”, declarou Gershoni. "Ou seja, você injeta uma pequena sequência de 50 aminoácidos e isso permite que nosso sistema imunológico se concentre nela e crie anticorpos que direcionariam diretamente o vírus para o seu ponto fraco".
Atingir o RBM do vírus tornaria a vacina contra o COVID-19 extremamente eficaz, nas palavras do professor. “Quanto menor o alvo e o foco do ataque, maior a eficácia da vacina", disse Gershoni. "O vírus toma medidas de longo alcance para ocultar o seu RBM do sistema imunológico humano, mas a melhor maneira de 'vencer a guerra' é desenvolver uma vacina que atinja especificamente o RBM do vírus.”
Se for bem-sucedido, Gershoni poderá isolar e reconstituir um RBM funcional, permitindo à indústria “incorporá-lo a uma vacina, que será produzida por uma empresa farmacêutica. O desenvolvimento dessa vacina deve levar meses, e depois ela teria de ser testada nos ensaios clínicos de fase 1, 2 e 3, que levariam até um ano”, concluiu.
(Fonte: The Jerusalem Post)