Vacina desenvolvida em Oxford entra na 3ª fase 
Há uma brasileira na equipe de pesquisadores 
Redação CPIMW
02 de Junho de 2020

Foto: iStock

Nesta semana, a vacina contra o novo coronavírus em desenvolvimento na Universidade de Oxford, no Reino Unido, entra em sua fase três de testes clínicos, em que pelo menos 10 mil pessoas serão vacinadas em todo o Reino Unido para averiguar sua eficácia. 

A brasileira, Daniela Ferreira, de 37 anos, especialista em infecções respiratórias e desenvolvimento de vacinas está à frente da testagem na Escola de Medicina Tropical de Liverpool. Dentre todas as vacinas, a de Oxford é considerada a mais avançada e também uma das mais promissoras. 

“Passamos da fase um para a fase três em apenas dois meses”, contou a brasileira. 

A aposta neste imunizante é tão grande que, mesmo ainda longe de aprovação, o produto já está sendo produzido em larga escala. O objetivo é ter o maior número possível de doses prontas para distribuição assim que for aprovado. 

Sobre a corrida para a descoberta da vacina, ela explicou que, “a ideia não é ter uma competição entre os países. O que está acontecendo agora, é um trabalho de envolvimento global, com todos os cientistas compartilhando conhecimento em tempo real. A vacina é para o mundo inteiro; tem de haver uma colaboração internacional e tem de ser solidária, não pode ser ditada por interesses comerciais e preços”, explicou Daniela, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. 

A confiança na vacina da Universidade de Oxford é grande pois lá já tinham sido realizados estudos para a Sars e a Mers, também causadas por coronavírus. Isto permitiu que o processo fosse um pouco mais acelerado. 

Em um adenovírus atenuado da gripe comum de macacos é acrescentado um material genético semelhante ao de uma proteína específica do novo coronavírus, que é a maior responsável pela infecção. Assim, os especialistas esperam que a vacina induza à produção de anticorpos, tornando o organismo capaz de reconhecer o vírus no futuro, impedindo sua entrada. 

Para que a terceira fase de testagens não levem muito tempo, Oxford criou 18 centros de pesquisa em todo o Reino Unido com a finalidade de testar a vacina. Os cientistas estão recrutando prioritariamente profissionais de saúde, que são as pessoas mais facilmente expostas a Covid-19. Vale lembrar que, num teste como esse, ninguém será infectado propositalmente. As pessoas deverão ser expostas naturalmente. 

Metade dos voluntários receberá o produto que é candidato à nova vacina. A outra metade receberá uma vacina feita a partir da plataforma adenovírus. 

Daniela não quis fazer uma estimativa sobre quando a vacina ficará pronta. Ela disse que não basta apenas a vacina ser eficiente, explicou que é preciso saber se ela pode ser produzida rapidamente e em larga escala, se será acessível globalmente, se terá um preço razoável ou poderá ser distribuída de graça. “Não adianta, por exemplo, uma vacina que proteja muito bem, mas esteja disponível apenas para um milhão de pessoas” finalizou a brasileira. 

(Fonte: IstoÉ)

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