Foto: Sarah Silbiger/Getty Images
Uma extensa reportagem do The Intercept Brasil abordou a poluição de plástico no continente africano. A reportagem trouxe dados e ressaltou os problemas que a produção e o descarte desse produto causa em países em desenvolvimento. Para se ter um exemplo, no Quênia, uma pessoa que vive da coleta desse resíduos junta em média 20 quilos por dia.
O Quênia é apenas um entre vários de países onde o plástico é responsável por violações de direitos humanos, trabalho infantil e danos ao meio ambiente. Além dele, países ricos não conseguem reciclar a maior parte do plástico que utilizam. O processo de reciclagem envolve a limpeza, a classificação e a trituração do material. E de acordo com o professor emérito da Universidade de Massachusetts, Kenneth Geiser, o estágio do tratamento pós-consumo degrada a qualidade funcional do polímero. *Polímeros são as moléculas que formam o plástico. * confirmar essa informação
Nos Estados Unidos, o índice de reciclagem do plástico alcançou um pico de 9,5% em 2014. Entretanto, em países como o Quênia, esse processo é mais difícil e mais caro. De fato, o plástico reciclado custa mais que o recém-produzido, que é mais barato tanto pelo baixo custo dos combustíveis fósseis subsidiados para a produção do material como pelo preço, que não contempla o custo de toda a reciclagem.
Outro exemplo da desvalorização do plástico acontece em outro país do continente africano, a Nigéria. Lá, a coleta de latas vazias rende 15 vezes mais que a de plástico.
Matt Seaholm, diretor-executivo da American Recycled Plastic Bag Alliance concorda com o pesquisador Ryan Sinclair. Segundo eles, as sacolas reutilizáveis são fontes de infecção. Elas acabam se tornando uma ameaça, principalmente nesse período de pandemia.
A Plastics Industry Association, grupo comercial norte-americano que representa empresas de todos os níveis da cadeia produtiva do material, reivindicou que a produção de plástico de uso único e outros produtos sejam excluídos das determinações de isolamento social. “Os plásticos são essenciais para garantir a segurança de profissionais de saúde, pacientes e consumidores”, explica a mensagem do grupo.
(Fonte: The Intercept Brasil)