Foto: Ammar Salih/EPA
Atualmente, restam pouco mais de 100 mil cristãos nas antigas áreas ocupadas pelo Estado Islâmico no Iraque, na região que representa a cidade bíblica de Nínive, e, se nada for feito, o número pode cair para apenas 23 mil até 2024. É o que adverte o relatório “Vida após o Estado Islâmico – Novos desafios ao cristianismo no Iraque”, documento produzido por instituições que trabalham e apoiam cristãos no país.
De acordo com o relatório, isso moveria a comunidade cristã da categoria de “vulnerável” para a categoria crítica de “ameaçada de extinção”.
No início do século 20, os cristãos constituíam cerca de 30% da população. Mas quando o país passou a ser independente dos britânicos, a população cristã caiu para menos de 8%. Segundo o relatório, o número de cristãos no Iraque diminuiu como resultado de uma violência sectária após a Guerra do Golfo e a invasão norte-americana nos anos 1990 e início do século 21.
Na época da destituição de Saddam Hussein, em 2003, ainda havia mais de um milhão de cristãos no Iraque. Devido à guerra civil e o domínio brutal do Estado Islâmico no Norte, esses números diminuíram.
O relatório aponta que 36% dos cristãos nas planícies de Nínive disseram que estavam pensando em emigrar nos próximos cinco anos. Razões políticas e de segurança foram os principais fatores. Uma grande maioria disse que se sentia “insegura ou absolutamente insegura” (87%) e 67% “acreditavam que era provável ou muito provável que o Estado Islâmico ou um grupo semelhante retornasse nos próximos cinco anos”.
“Eu acho que a extinção de cristãos no Iraque é um perigo real que precisamos levar a sério. No entanto, existem muitas razões para os números cada vez menores”, declarou a analista de perseguição da missão Portas Abertas, Henriette Kats.
“A ausência geral de segurança como resultado de ataques turcos; mas também pressões e ameaças de milícias e células do Estado Islâmico apoiadas pelo Irã; falta de um sistema jurídico que funcione bem; a situação econômica; discriminação e exclusão – todos são fatores que levam as pessoas a pensar em emigração. A família e os amigos que moram no exterior também podem formar um “fator de atração” que pode diminuir a barreira da emigração. Por último, mas não menos importante, muitos cristãos iraquianos perderam a esperança de que a situação melhorasse”, completou a analista.
(Fonte: Gospel Prime)