Relatório mostra que cristianismo pode desaparecer no Iraque 
Cristãos são pouco mais de 100 mil, mas número pode cair para 23 mil em quatro anos
Redação CPIMW
27 de Julho de 2020

Foto: Ammar Salih/EPA

Atualmente, restam pouco mais de 100 mil cristãos nas antigas áreas ocupadas pelo Estado Islâmico no Iraque, na região que representa a cidade bíblica de Nínive, e, se nada for feito, o número pode cair para apenas 23 mil até 2024. É o que adverte o relatório “Vida após o Estado Islâmico – Novos desafios ao cristianismo no Iraque”, documento produzido por instituições que trabalham e apoiam cristãos no país. 

De acordo com o relatório, isso moveria a comunidade cristã da categoria de “vulnerável” para a categoria crítica de “ameaçada de extinção”. 

No início do século 20, os cristãos constituíam cerca de 30% da população. Mas quando o país passou a ser independente dos britânicos, a população cristã caiu para menos de 8%. Segundo o relatório, o número de cristãos no Iraque diminuiu como resultado de uma violência sectária após a Guerra do Golfo e a invasão norte-americana nos anos 1990 e início do século 21.  

Na época da destituição de Saddam Hussein, em 2003, ainda havia mais de um milhão de cristãos no Iraque. Devido à guerra civil e o domínio brutal do Estado Islâmico no Norte, esses números diminuíram. 

O relatório aponta que 36% dos cristãos nas planícies de Nínive disseram que estavam pensando em emigrar nos próximos cinco anos. Razões políticas e de segurança foram os principais fatores. Uma grande maioria disse que se sentia “insegura ou absolutamente insegura” (87%) e 67% “acreditavam que era provável ou muito provável que o Estado Islâmico ou um grupo semelhante retornasse nos próximos cinco anos”. 

“Eu acho que a extinção de cristãos no Iraque é um perigo real que precisamos levar a sério. No entanto, existem muitas razões para os números cada vez menores”, declarou a analista de perseguição da missão Portas Abertas, Henriette Kats.

“A ausência geral de segurança como resultado de ataques turcos; mas também pressões e ameaças de milícias e células do Estado Islâmico apoiadas pelo Irã; falta de um sistema jurídico que funcione bem; a situação econômica; discriminação e exclusão – todos são fatores que levam as pessoas a pensar em emigração. A família e os amigos que moram no exterior também podem formar um “fator de atração” que pode diminuir a barreira da emigração. Por último, mas não menos importante, muitos cristãos iraquianos perderam a esperança de que a situação melhorasse”, completou a analista.


(Fonte: Gospel Prime)

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