(Foto: Viktor Forgacs/Unsplash)
Um estudo feito por um grupo americano e publicado ontem (4) na revista “Science” aponta para possibilidade de pessoas que já tenham sido infectadas por outros tipos de coronavírus desenvolverem imunidade ao Sars-Cov-2.
Tais tipos de coronavírus são aqueles nunca monitorados em escala global por serem patógenos que só causam resfriados mais amenos. O trabalho é liderado pelo colombiano José Mateus, do Instituto de Imunologia de La Jolla, na Califórnia.
O tipo de resposta imune contra o patógeno não foi do tipo humoral, na qual anticorpos (moléculas de ataque) abordam o patógeno. A resposta ocorrida, como já era esperada pelos cientistas, foi do tipo celular, na qual linfócitos T, uma classe específica de células do sistema, atacam outras células infectadas.
Fazendo testes específicos, o grupo de Mateus identificou que o mesmo mecanismo de ataque que já existe em algumas pessoas contra o Sars-CoV-2 se aplicava aos outros coronavírus de resfriado, especificamente os vírus OC43, 229E, NL63 e HKU1.
É preciso ter cautela, contudo, para afirmar que todos que já foram infectados por esses vírus estão protegidos contra a covid-19. O pesquisadores acreditam que a "memória" imune gerada por essas células pode ajudar a explicar por que o impacto da Covid-19 varia mesmo entre pacientes com mesma faixa etária e perfil.
Estudos anteriores estimaram que a quantidade de pessoas que podem ter algum tipo de imunidade celular contra o Sars-CoV-2 varia entre 20% e 50% da população geral, dependendo da localidade geográfica.
(Fonte: Jornal O Globo)