Sudão elimina Islã como religião oficial do país
Islã era a religião oficial há 30 anos no país, por causa do ditador Omar al Bashir 
Redação CPIMW
09 de Setembro de 2020

O primeiro ministro do Sudão, Abdullah Hamdok e o presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, (à esquerda), após a assinatura do acordo que põe fim ao status oficial da religião islâmica  (Foto: Reprodução / Twitter Memri Spanish)

Após a queda de Omar al Bashir do governo do Sudão, o país africano continua desenvolvendo seu programa de recuperação dos direitos e liberdades que foram conquistados durante a ditadura. Em meados de julho, o governo anunciou a eliminação da pena de morte para o crime de apostasia.  

Neste mês, ele eliminou o Islã como religião oficial. A decisão foi tornada pública durante as negociações de paz entre o governo e os grupos rebeldes. A religião era a oficial do país há 30 anos. 

“O estado não estabelecerá uma religião oficial. Nenhum cidadão deve ser discriminado com base na religião”, diz o novo acordo entre o governo e os rebeldes. 

O acordo assinado em Juba, capital do Sudão do Sul, no dia 31 de agosto, contempla a eliminação do Islã como religião oficial do Sudão, medida imposta por al Bashir. 

O documento diz que “para que o Sudão se torne um país democrático onde os direitos de todos os cidadãos estão consagrados, a constituição deve ser baseada no princípio da 'separação entre religião e estado', na ausência do qual o direito à autodeterminação deve ser respeitado”. 

Acrescenta que “a liberdade de crença, culto e prática religiosa deve ser garantida integralmente a todos os cidadãos sudaneses. O estado não estabelecerá uma religião oficial. Nenhum cidadão será discriminado com base na sua religião”. 

A Comissão dos Estados Unidos para a Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) foi uma das primeiras entidades a aplaudir esta decisão, porque “irá promover ainda mais a liberdade de religião e crença na nação. Encorajamos o primeiro-ministro sudanês, Abdalla Hamdock, a continuar neste caminho de progresso”. 

Os líderes religiosos sudaneses também estão satisfeitos com o acordo. “As pessoas aqui preferem ser cautelosas, mas o acordo de paz cobre uma grande parte do Sudão e é muito importante que uma assinatura finalmente tenha sido alcançada”, disse o Bispo de El Obeid, capital do Cordofão Setentrional. 

Agora, o Sudão ocupa o sétimo lugar na lista 2020 da Portas Abertas. Com uma população de mais de 42 milhões de pessoas, o país tem aproximadamente dois milhões de cristãos. 

(Fonte: Guiame)

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