(Foto: Victor Silveira/TV Bahia)
Um estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) estima que o fim do auxílio emergencial em dezembro deixe cerca de 38 milhões de brasileiros sem assistência. Segundo o ministro da Economia Paulo Guedes, os desassistidos serão os chamados “invisíveis”, pessoas em sua maioria de baixa renda, com pouca escolaridade e ocupadas em atividades informais.
Os pesquisadores acreditam que o quadro reforça a urgência de o governo definir, com uma estratégia clara, os rumos da política de assistência social após o término do auxílio.
De acordo com o estudo dos pesquisadores Lauro Gonzalez, Bruno Barreira e Leonardo José Pereira, os 38 milhões correspondem ao número de pessoas que receberam a primeira parcela do auxílio — de um total de 67 milhões —, mas não estão inscritas no Cadastro Único e, portanto, não vão receber o Bolsa Família quando a transferência emergencial for encerrada.
“O auxílio emergencial e a crise tornaram mais clara a percepção de que o Bolsa Família é um programa extremamente exitoso, mas hoje o número de pessoas atendidas é insuficiente, frente às mudanças recentes do mundo do trabalho e à existência de um público que fica na fronteira entre a pobreza e a não-pobreza”, declarou Gonzalez.
No entanto, o estudo não diferencia a parcela da população que recebeu o auxílio sem ter direito. Segundo relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) de agosto, 6,4 milhões de pessoas estavam nessa situação, incluindo militares e funcionários públicos que sacaram o recurso indevidamente.
Mesmo com o anúncio do governo sobre a criação do Renda Brasil, que vai substituir o Bolsa Família, o destino da classe mais pobre fica incerta, já que o projeto segue com divergências.
(Fonte: Folha de S. Paulo)