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A perseguição religiosa na China e na Índia — países que ocupam as 23ª e décima posições, respectivamente, na lista da organização Portas Abertas — deve aumentar em 2021. Essa é a constatação da Release International, organização internacional de vigilância sobre a hostilidade religiosa sofrida por cristãos em todo o mundo.
Na pesquisa anual “Persecution Trends”, a organização citou a recente aprovação de novas leis mais rígidas que controlam as religiões, o fechamento de várias igrejas e o número crescente de igrejas registradas forçadas a instalar câmeras e colocar pôsteres proclamando os ideais e crenças comunistas.
“O governo do presidente Xi Jinping está intensificando a sua ‘limpeza’, para eliminar qualquer coisa que não corresponda à agenda comunista. Eles parecem acreditar que podem conseguir isso por meio de oposição sistemática”, advertiu o grupo.
Ainda segundo o relatório, a pandemia da covid-19 tem sido usada como pretexto para aumentar as restrições aos cristãos que praticam sua fé em segredo. “O governo chinês está tentando tirar proveito do vírus de todas as formas, aumentando a repressão às igrejas cristãs”, disse o pastor Bob Fu, líder da ChinaAid, que também é associado à Release International. “Isso acelerou campanhas específicas, como a remoção forçada de cruzes dos templos”.
Na Índia, o aumento da perseguição deve se dar pelo crescente nacionalismo hindu no país. A Release International observou que os incidentes contra cristãos indianos aumentaram vertiginosamente desde 2014, quando Narendra Modi, do Partido Bharatiya Janata (nacionalista hindu), assumiu o poder.
Estatísticas revelam que os cristãos sofreram 225 incidentes de violência de motivação religiosa durante os primeiros 10 meses de 2020, contra 218 incidentes no mesmo período em 2019. Muitos desses ataques foram cometidos por vigilantes. Em setembro de 2020, extremistas hindus incitaram multidões de até 3 mil pessoas a atacar cristãos em três vilas no estado de Chhattisgarh.
Além de China e Índia, a pesquisa da Release International também aponta para aumento de perseguição contra cristãos nos seguintes países: Malásia, Irã, Paquistão, Egito e Nigéria.
Apesar do cenário pessimista, o relatório mostrou que há esperança no que diz respeito ao evangelismo na Coreia do Norte. Em 2020, a distribuição de bíblias para cristãos aumentou naquele que é considerado o país mais fechado do mundo. “Este foi o ano mais criativo que testemunhamos na igreja clandestina até hoje”, disse o grupo.
Um relatório anterior descobriu que a porcentagem de cidadãos norte-coreanos que são expostos à Bíblia aumenta constantemente a cada ano, apesar da extrema perseguição.
Antes de 2000, apenas 16 pessoas afirmavam ter visto uma Bíblia no país. Depois de 2000, cerca de 559 desertores norte-coreanos disseram ter “visto uma Bíblia”, embora qualquer literatura religiosa esteja proibida no país isolado.
(Fonte: Guiame)