Por causa da covid-19, conta de luz ficará até 14,5% mais cara em 2021
Aumento é consequência da queda drástica do consumo de energia pelos setores de comércio, serviço e indústria durante pandemia
Redação CPIMW
08 de Fevereiro de 2021

(Foto: Getty Images/iSotckphoto)

A conta de luz em 2021 poderá ser até 14,5% mais cara, dependendo da região. A projeção foi feita pela empresa de tecnologia aplicada ao setor elétrico TR Soluções por meio do SETE (Serviço para Estimativa de Tarifas de Energia), que considera dados de todas as 53 distribuidoras do país, além de sete permissionárias.

Para o Rio de Janeiro, que tem como fornecedora a Light, por exemplo, o aumento da conta de luz deve ficar pouco abaixo dos 10%. A alta na Região Sudeste deve ter média de 13,1%, sendo que alguns lugares pode chegar a 20%.

A explicação para esse aumento está na chamada “conta covid”. Durante a quarentena, houve uma diminuição drástica do consumo de energia pelos setores de comércio, serviço e indústria. Por causa disso, foram necessários empréstimos da ordem de R$ 15,3 bilhões feitos pelas distribuidoras para conseguir pagar a energia contratada junto às geradoras e não comprometer o fornecimento para a população em geral.

As companhias que fornecem energia elétrica às residências foram muito impactadas pela pandemia de covid-19. A conta covid foi criada pelo governo federal com o objetivo de socorrer as distribuidoras e suavizar o aumento da conta de luz.

“A medida permite que o aumento da tarifa, que ficaria concentrado em dois anos, seja diluído por cinco. Foi a forma encontrada para que os consumidores não sintam tanto o impacto”, avalia o presidente da Associação dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace), Paulo Pedrosa.

De acordo com técnicos, a dívida será remetida aos consumidores porque energia é um bem essencial e, se houvesse uma quebradeira generalizada das empresas, o país ficaria às escuras, com impactos sociais e econômicos devastadores. Por isso, os contratos vêm com essa garantia.

“Na pandemia, as empresas ficaram subcontratadas, e receberam valores bem mais baixos do que os preços que tinham comprado das geradoras. Elas ficaram com passivo financeiro e tiveram um socorro. Os custos serão repassados aos consumidores, mas foram postergados. Nas tarifas de 2021, 1/5 dos custo vai ser reconhecido. Tudo será pago em 60 meses. Se não fosse a conta covid, teria um reajuste tarifário muito maior. O objetivo foi reduzir o impacto para os consumidores, em vez de se cobrar tudo de uma vez”, afirma Helder Sousa, diretor de Regulação da TR Soluções.

Além disso, para o cálculo do reajuste anual deste ano, o maior aumento esperado é na parcela que corresponde ao serviço de distribuição de energia elétrica, com alta de 15,5%, representando 4,5 pontos percentuais da alta média. Esse aumento do custo do serviço de distribuição é fortemente pressionado pelo IGP-M, que ficou em 23,14% no ano passado.

Nesse sentido, vale observar que uma parte das distribuidoras têm suas receitas reajustadas pelo IGP-M, e a outra parte, pelo IPCA (que fechou o ano em 4,52%).

Helder Sousa, diretor de Regulação da TR Soluções, explica que 19 das 53 distribuidoras de energia do país ainda têm contratos corrigidos pelo IGP-M, enquanto outras 34 usam o IPCA. Sousa observa, no entanto, que 55% do mercado ainda responde por aumentos indexados ao IGP-M.

(Fonte: Jornal Extra)

 

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