Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina (Foto: Majdi Mohammed/AP)
Ao menos sete assentos no Parlamento da Palestina estão garantidos a cristãos, de acordo com decreto presidencial assinado pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. Os palestinos nos territórios ocupados devem escolher 132 legisladores com base na representação proporcional.
Em entrevista ao Arab News, a ex-prefeita de Belém, Vera Baboun, disse que o novo conselho legislativo precisa espelhar a diversidade da sociedade palestina, de modo a incluir uma pluralidade de palestinos, dizendo: “O próximo conselho eleito precisa refletir a mais ampla experiência nacional e representação de toda a nossa sociedade, incluindo mulheres e cristãos palestinos”.
Ramzi Khoury, chefe do Comitê Presidencial Superior para Assuntos das Igrejas, saudou a decisão, dizendo que esta é a primeira vez que a cota é ilimitada.
“O fato de que o decreto exige um mínimo de sete membros é bem-vindo porque dá oportunidades para os palestinos de todas as esferas da vida competirem com a oportunidade de mais indivíduos serem eleitos do que a cota mínima”, declarou.
O arcebispo ortodoxo de Jerusalém Sebastia Atallah Hanna falou que os palestinos dão boas-vindas a esta decisão. “De modo geral, desejamos que o próximo Conselho Legislativo Palestino traga sangue novo e esperamos que eles sejam escolhidos com base em qualificações e habilidades.”
“Gostaria que os representantes do Conselho Legislativo Palestino se concentrassem nas pedras vivas, os cristãos da Palestina, e não apenas nas pedras físicas que representam a história do Cristianismo na Palestina”, disse Nashat Filmon, diretor da Sociedade Bíblica Palestina, ao Arab News.
Para Ibrahim Daebes, ex-diretor de uma escola cristã e colunista líder do jornal Al Quds, os novos representantes precisam agir para conter o discurso de ódio. “Os cristãos palestinos estão enfrentando perseguição pessoal e religiosa de todos os cantos e é importante para o conselho recém-eleito redigir uma legislação que possa acabar com os elementos radicais de nossa sociedade que vomitam discurso de ódio e preconceito religioso contra outros palestinos.”
Bernard Sabella, ex-membro do Conselho Legislativo Palestino, saudou a decisão do presidente. “Esta é uma excelente decisão porque nossa experiência é que o eleitorado palestino vota com base na geografia, não na nacionalidade”, disse ele.
Sabella acrescentou que a experiência anterior que não foi bem-sucedida “exige que tenhamos uma nova visão e um plano holístico que atenda às nossas necessidades. Precisamos de nossos representantes para representar sua nação e não uma religião.”
(Fonte: Guiame)