(Foto: Amanda Perobelli/Reuters)
A pandemia da covid-19 trouxe um impacto forte sobre a economia de vários países no mundo. No Brasil, ela contribuiu para que o país fechasse o ano de 2020 com uma taxa média de desemprego em 13,5%, a maior da série iniciada em 2012.
Ao todo, a média anual ficou em 13,4 milhões de pessoas desocupadas, um número 6,7% maior do que o de 2019 — na prática, foram 840 mil pessoas a mais desempregadas no Brasil.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Coníinua (Pnad). Na pesquisa anterior, referente ao trimestre encerrado em novembro, a taxa de desemprego estava em 14,1%.
Confira abaixo os principais destaques da pesquisa:
- 2020 terminou com uma média de 13,4 milhões de desempregados, 6,7% a mais que em 2019;
- Taxa média anual de desemprego subiu de 11,9% em 2019 para 13,5% em 2020, a mais alta desde 2012;
- A população ocupada atingiu, na média anual, 86,1 milhões, o menor contingente desde 2012;
- O número de trabalhadores com carteira assinada teve redução recorde (menos 2,6 milhões), ficando em 30,6 milhões, o menor contingente desde 2012;
- O número de trabalhadores domésticos encolheu 19,2%, também a maior retração já registrada;
- Contingente de empregados sem carteira assinada caiu 16,5% (menos 1,9 milhão de pessoas), enquanto que o de trabalhadores por conta própria encolheu 6,2%;
- Taxa média de informalidade recuou de 41,1% em 2019 para 38,7% em 2020;
- O contingente de desalentados, na média anual, aumentou em 16,1% em relação a 2019, chegando a 5,5 milhões de pessoas que desistiram de procurar emprego;
- Número de subutilizados chegou a 31,2 milhões, o maior da série anual, com alta de 13,1% (mais 3,6 milhões de pessoas);
- Em 2020, a massa de rendimentos de todos os trabalhadores encolheu 3,6% frente ao ano anterior, somando R$ 213,4 bilhões.
Segundo especialistas do próprio IBGE, só haverá retomada do mercado após controle da pandemia. Para que isso aconteça, é preciso que haja vacinação em massa.
"A necessidade de medidas de distanciamento social para o controle da propagação do vírus paralisaram temporariamente algumas atividades econômicas, o que também influenciou na decisão das pessoas de procurarem trabalho. Com o relaxamento dessas medidas ao longo do ano, um maior contingente de pessoas voltou a buscar uma ocupação, pressionando o mercado de trabalho”, afirmou a analista da pesquisa do IBGE, Adriana Beringuy.
Perspectivas: Indicadores antecedentes têm mostrado uma desaceleração do ritmo de recuperação da atividade econômica neste começo de ano em meio ao término das medidas de auxílio governamental sem substitutos definidos. A queda da renda e a inflação "mais salgada" também têm levado mais pessoas a procurar um emprego, o que tende a manter a taxa de desemprego ainda elevada no 1º trimestre de 2021.
A média das projeções do mercado para o crescimento do PIB em 2021 tem sido revisada para baixo e está atualmente em 3,29%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.
(Fonte: G1)