A Igreja e o uso da tatuagem
O que é a tatuagem e qual a sua origem?
Colégio Episcopal da Igreja Metodista Wesleyana
02 de Abril de 2020

A cada dia aumenta o número de jovens que usam tatuagens. Jovens dos mais diferentes níveis sociais, culturas e religiosos fazem questão de mostrar esses símbolos no seu corpo. É quase impossível ir a um lugar público e não encontrar alguém com uma tatuagem em alguma parte do corpo. À primeira vista tem-se a impressão de tratar-se de mais uma moda inocente ou uma arte. Ai está o grave engano. Por trás desses desenhos encontra-se uma sutil cilada da atual onda esotérica.

O que é a tatuagem e qual a sua origem?

Tatuar o corpo é marcá-lo com um desenho, de modo geral, definitivo. As origens da tatuagem se perdem na história. Alguns estudos apontam para a evidência dessa prática há pelo menos 8 mil anos. Seus vestígios foram encontrados em sítios arqueológicos na França, na Itália, em Portugal, na Romênia; também no antigo Egito, na Mongólia, nas civilizações pré-colombianas e no Brasil. 

Quais os motivos dessa prática?

Na Polinésia, especialmente na Ilha de Samoa, na Oceania, a tatuagem era conhecida como um ritual de iniciação. Marcava a passagem da adolescência para a associação de homens jovens e assim ter o direito de servir aos chefes. 

Porém, os motivos para tais práticas são diferentes em várias partes do mundo.  

Normalmente era usado para identificar a que grupo social tal elemento pertencia, era uma forma de símbolo da tribo.

Na China, era usado para identificar o homem com o objeto representado, por exemplo:

Desenho de um cavalo significa que o homem ou a mulher é um garanhão.

Eu, porém vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela. Mt 5.28

Desenho de um leão significa poderoso, soberano, confiança em si mesmo.

Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço e aparta o seu coração do Senhor. Jr 17.5

Desenho de um coelho está associado à reprodução.

Desenho de um escorpião aponta o homem como um ser cruel e matador.

“Tomai sobre vós o meu julgo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma”. Mt 11.29

Desenho de uma sereia representa emboscada oriunda dos desejos e das paixões.

“Foge também dos desejos da mocidade, e segue a justiça, a fé, o amor e a paz, com os que, com um coração puro, invocam o Senhor”. 2 Tm 2.22

A história cita determinadas tribos que usavam tatuagens para:
  
• Afastar os maus espíritos na hora da morte

• Normalmente as tatuagens tinham uma ligação com o culto dos antepassados.

O maior defensor dessa prática é Anton La Vey, fundador do satanismo nos Estados Unidos da América.

A tatuagem pode ser um sinal de propriedade e pacto místico. Neste caso a tatuagem está relacionada às divindades

Os líbios tatuavam-se para a deusa Neit, os egípcios para Atargatis e na Síria para deuses diversos.

Neit é uma Deusa que gosta de liberdade, tem dificuldade de se adaptar à rotina do casamento. É a antiga deusa da caça, seu animal sagrado era o cão. Neit era chamada: "aquela que abre os caminhos".

“Na antiguidade, a tatuagem associava-se ao culto dos deuses-demoní¬acos e era praticada durante ritos dedicados por feiticeiros. O sangue que brotava das feridas, o qual, segundo criam, levava consigo os espí¬ritos malignos.” “Dá ideia de consagração.” O pacto era feito para se incorporar a entidade do desenho: escorpião, demônios I Co 10.20-21). 

Hoje, não é diferente, vivemos uma época permeada por símbolos, enraizados no ocultismo e em crenças pagãs da antiguidade. Tais símbolos transmitem mensagens e imprimem padrões comportamentais.  

O que a Bíblia tem a dizer sobre essa prática?

“Não fareis incisos na vossa carne por um morto, nem fareis figura alguma no vosso corpo. Eu sou o Senhor”. Levítico. 19.28. “Vos sois os filhos do Senhor, vosso Deus. Não vos fareis incisões e não cortareis o cabelo pela frente em honra de um morto, porque és um povo consagrado ao Senhor, teu Deus, o qual te escolheu para ser um povo que lhe pertença de um modo exclusivo entre todas as outras nações”. Dt. 14.1-2 e I Co 6.19-20

Pelo contexto de Levítico 19.28 e Deuteronômio 14.1,2 entendemos que os golpes e marcas no corpo tinham relações com rituais pagãos que envolviam a memória de mortos, faziam parte da identificação e vinculação da pessoa com crenças em deuses e rituais pagãos e eram uma violência praticada contra o corpo.

Assim, não é recomendável que um cristão marque seu corpo com tatuagens, pois o seu corpo é um templo do Espírito Santo. Veja I Coríntios 6.19,20.

“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.”

Bispo José Damião

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