O que será da avareza do mundo?
A verdadeira riqueza tem origem no coração doador
Redação CPIMW
01 de Junho de 2020

O Evangelho de Lucas 12.13-21, registra o encontro de Jesus com um homem em meio à multidão que pede para que o Mestre medie uma demanda entre ele e o seu irmão. Há uma herança em disputa e os irmãos não estão se entendendo. Se considerarmos o contexto histórico, o que clama deve ser o irmão mais novo, pois o primogênito era quem assumia herdades deixadas pelos pais.

A resposta de Jesus (v.14) revela comprometimento com o seu propósito e missão. “Ele veio buscar e salvar o perdido” (Lc.19.10). Demandas humanas devem ser resolvidas por eles mesmos. Jesus não está a serviço dos homens, Ele está a serviço de Deus para a salvação dos homens. Não obstante, Jesus aproveita a situação para destacar a questão da avareza humana. Leia sua fala na sequência: “Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui” (v.15).

A pergunta é, em que consiste a vida de um homem? O próprio Jesus responde no versículo 21. Há aquele que trabalha para si mesmo e há aquele que trabalha para Deus. Há o avarento que imagina que o universo existe para supri-lo. Há aqueles que descobriram que o sentido da vida está além do que esse mundo pode lhe oferecer. Que a verdadeira riqueza não está aqui, mas em Deus. Na sequência a esta passagem, Jesus acrescenta “Buscai, antes de tudo, o seu reino [de Deus]” (v.31). Ele continua: “Vendei os vossos bens e dai esmola; fazei para vós outros bolsas que não desgastem, tesouro inextinguível nos céus, onde não chega o ladrão, nem a traça consome, porque, onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (v.33-34).

Resumindo, a verdadeira riqueza tem origem no coração doador, nasce no interior, no invisível e materializa-se em ações que beneficiam o próximo. Estas são as atitudes que Jesus chama de acumuladoras de ‘tesouro inextinguível nos céus’. Junte-se a essa, outra narrativa de Jesus que diz, E se alguém der mesmo que seja apenas um copo de água fria a um destes pequeninos, porque ele é meu discípulo, eu lhes asseguro que não perderá a sua recompensa” (Mateus 10:42). Ou seja, o que fazemos na terra com os recursos que temos e disponibilizamos é expressão da graça de Deus em nossas vidas. Nossas posses devem servir a nós, nossa família e aos nossos próximos. Paulo, ao se despedir dos líderes da igreja em Éfeso, diz: “Em tudo o que fiz, mostrei-lhes que mediante trabalho árduo devemos ajudar os fracos, lembrando as palavras do próprio Senhor Jesus, que disse: ‘Há maior felicidade em dar do que em receber’” (Atos 20:35).

A pandemia do Covid-19 alastrou-se mundo afora. Países ricos e pobres sem distinção estão com suas economias fragilizadas. O mundo ficará mais pobre depois do vírus. O valor atribuído aos produtos será diferente. Provavelmente alguns produtos básicos ficarão mais caros, enquanto outros manufaturados mais baratos, pelo simples fato de não atribuirmos a eles o valor que dávamos anteriormente. Valores internos estão em revisão nesse momento. Na verdade, estamos diante de uma oportunidade. A oportunidade de nos valermos do simples ao sofisticado. O tempo de reavaliarmos o consumo chegou! É tempo de darmos um basta na avareza humana. É tempo de contentamento! Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece”. (Filipenses 4:12,13).

 

Luiz Leite, pastor

Secretário Geral de Finanças

Igreja Metodista Wesleyana

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