“Orientem sua vida de acordo com a realidade, a iniciativa e a provisão de Deus. Não se preocupem com as perdas, e descobrirão que todas as suas necessidades serão satisfeitas” Mateus 6.33
O texto acima é da paráfrase bíblica escrita por Eugene Peterson conhecida como “A Mensagem”. Gosto do modo como ele coloca as palavras de Jesus. Enquanto na versão Almeida Atualizada se lê: “buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça”, ali ele coloca “orientem sua vida de acordo com a realidade, a iniciativa e a provisão de Deus”. Viver no Reino de Deus é experimentar seu cuidado.
O cristão vive uma realidade diferente da secular. O cidadão da terra pauta sua vida sob os princípios naturais. O cristão é cidadão do céu, é peregrino na terra (Sl.119.19; 1Pe.1.17), vive a cultura do Reino de Deus. John Stott escrevendo sobre o sermão do monte afirma que a cultura cristã é um sistema de valores cristãos, padrão ético, devoção religiosa, estilo de vida e relacionamentos; onde os padrões, valores e maneira de viver são delineados pelo governo de Deus.
O cristão vive sob o governar divino. Ele está convicto que ‘dele, e por meio dele, e para Ele são todas as coisas’. (Rm.11:36). Ao nascer, a criança é totalmente dependente da iniciativa dos pais, principalmente de sua mãe. A mãe por sua vez não produz o leite materno só porque deseja alimentar seu bebê, é sua natureza que se organiza de tal modo que o leite brota do seu interior. Essa ciência teve início em Deus que criou o ser humano e dele cuida. Adão ao receber vida a natureza já estava lá com tudo que ele precisava para sua subsistência. Paulo escreve aos Colossenses e diz: ‘pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste’. Colossenses 1:16,17
O cristão sabe de onde vem sua provisão. ‘Quem dá semente ao que semeia e pão para alimento também suprirá e aumentará a vossa sementeira e multiplicará os frutos da vossa justiça’ (2Co.9.10). O cristão sabe que o trabalhar é dele, por isso semeia, mas o fazer brotar a semente só Deus. Tudo que ele é e tudo o que tem é graça de Deus em sua vida. Deus é o criador e o sustentador do universo. Logo, os recursos que o cristão dispõe não são propriamente seus, mas generosidade de Deus.
Ao ensinar a orar, Jesus usa o pronome possessivo nosso quatro vezes. Pai nosso, pão nosso, nossas dívidas e nossos devedores. Nada é propriamente meu, mas nosso. A comunidade está na mente de Deus. Isso se aplica às finanças também. Com a mesma generosidade com que temos sido alcançados pelas bênçãos de Deus, somos convidados a usar o dom da generosidade.
Pastor Luiz Leite